Notícias

Leonardo Jardim avalia vitória sobre o Vila Nova e fala sobre Dudu; confira

O técnico também falou sobre a entrega do time

Receba as principais notícias do Cruzeiro no seu WhatsApp!

Ícone WhatsApp Seguir

Após a vitória no jogo de ida contra o Vila Nova, o técnico Leonardo Jardim avaliou o desempenho do Cruzeiro, com mudanças na escalação e destacou a importância da postura dos jogadores em campo. A entrevista foi concedida ainda no estádio, logo após o apito final.

“Acho que está aprovado que podemos trocar quatro ou cinco jogadores e manter o índice de qualidade e de intensidade, fico satisfeito, parabenizei os jogadores, porque trocamos alguns jogadores e a equipe manteve o seu modelo de jogo, manteve a intensidade, foi grande. A primeira parte, os dois gols que fizemos, e é isto que eu acredito no futebol, é aquilo que eu venho-vos a dizer desde o primeiro dia que cheguei cá, como a equipe não pode ser onze, tem que ter competitividade, tem que ter alternativas, e tem que ter a qualidade que mostrou hoje, mesmo trocando quatro ou cinco jogadores.

“O Gabriel é um jogador que normalmente joga num sistema com dois avançados (atacantes), mas ele sabe bem que está a aumentar os níveis de intensidade dele. Ele, apesar de não estar jogando sempre, ele tem mostrado uma atitude muito importante, com o grupo sempre bem integrado, sempre muito comunicativo, e isso nos satisfaz. Hoje, apesar de não ter feito nenhum gol, acho que trabalhou bem, e ainda por cima sai aos oitenta fatigado (cansado) porque deu o seu máximo, e é isto que nós pretendemos dos nossos atletas.”

“É isto que nós pretendemos dos nossos atletas, que quando jogam, que deem o seu máximo. E também hoje é importante valorizar o William, que retornou e fez um bom jogo, mesmo com uma fadiga grande, de um jogador que veio aí de um problema muscular. Tivemos o Eduardo, que muita gente o critica, mas ele tem gradualmente mostrado porquê está aqui e que vai nos ajudar também, e hoje pode ser considerado um dos melhores jogadores em campo. Por isso, fico feliz. Fico feliz o próprio Marquinhos e fico feliz que o elenco tenha demonstrado que é possível a gente rodar e é possível a gente ser competitivo.”

Leonardo Jardim refletiu sobre o tempo necessário para imprimir seu estilo de jogo e criticou a cultura imediatista do futebol brasileiro.

“Em relação à minha cara, com certeza que estamos ainda no início de um projeto, é impossível. Eu sei aqui que no Brasil é muito imediato, é pela manhã, troca treinador cinco vezes ou seis já no campeonato, a equipe tem que ter a cara do treinador duas semanas depois, eu não acredito nisso.”

“Eu acredito em projetos mais a longo prazo, que o treinador pode caracterizar a sua equipe através de trabalho, com certeza, através de colocação de jogadores também com o seu perfil, mas isso às vezes demora algum tempo. Eu acho que vos disse uma vez aqui, a melhor versão do Mônaco foi três anos depois, quando fizemos mais de 100 gols e conquistamos o que conquistamos, mas foi um trabalho que foi realizado nas duas temporadas anteriores.”

De olho no confronto diante do Flamengo, o técnico Leonardo Jardim comentou sobre as dificuldades de recuperação física da equipe e exaltou o apoio dos torcedores no Mineirão.

“Em primeiro lugar, não tivemos a possibilidade de trocar 11 jogadores, como o nosso adversário (Flamengo). Não estamos ainda nesse nível de ter 11 que resolvam os problemas. Tivemos que fazer um misto. Aproveitamos para administrar alguns jogadores durante o jogo, aos 60 minutos, para eles terem dois ou três dias de recuperação e voltarem outra vez ao seu melhor.”

“Mas com certeza que não será um jogo fácil, porque toda a gente conhece bem a qualidade do Flamengo. Mas acredito que na nossa casa, com os nossos torcedores, eles podem nos ajudar a menos dias de recuperação, aos jogadores mais cansados. Eu espero a ajuda deste 12.º jogador, que tem-nos apoiado, para conseguirmos fazer um jogo positivo. E com certeza que na nossa casa também vamos procurar um resultado positivo.”

Após mais uma vitória sem sofrer gols, o técnico Leonardo Jardim falou sobre o crescimento coletivo da equipe, a importância da confiança e rebateu a ideia de turbulência interna no clube. O treinador valorizou o comprometimento dos atletas, inclusive os que não estão atuando.

“Sinceramente, a turbulência tem sido mais externa do que interna. Os jogadores estão a derreter (se doar), ao contrário do que se possa dizer. Eu acho que os jogadores estão aqui já há mais de um mês, com este tipo de jogo, este tipo de intensidade. E nós, dentro do grupo, sabemos o que é que pretendemos. Estou feliz que cada vez mais vejo a atitude dos jogadores, não só os uns que jogam, os outros que estão de fora. E a qualidade de jogo vai aumentando também com o nível de confiança. Às vezes o nível de confiança aumenta e a qualidade de jogo também aumenta.”

“Em relação às outras situações, nós tentamos blindar um pouco aqui o nosso grupo, a minha forma de trabalhar. Mais importante somos nós, aqui o que nós fazemos no dia-a-dia. O exterior deixamos para os jornalistas e para os torcedores e para os adversários falarem.”

Questionado sobre o clima no elenco após o afastamento de Dudu e sobre a união demonstrada pelo grupo nas últimas partidas, o técnico Leonardo Jardim reafirmou seu compromisso com o coletivo, destacou o espírito de grupo dos atletas e evitou personalizar decisões.

“Primeiro, eu acho que nenhum jogador pode ter uma influência de mudar aquilo que o grupo acredita. O grupo é uma corrente tão forte que não é fácil a um ou outro jogador mudar esta corrente. E esta corrente que está dentro do grupo é uma corrente positiva, do seu íntimo, e eles têm mostrado dentro de campo, e nos treinos também, têm mostrado essa força e esse coletivo”.

“Com certeza às vezes não corre bem, falha-se passe e sofre-se gols, mas isso é natural. Como já vos disse, a gente está imbuídos de um espírito em que todo mundo tem o compromisso com o clube, o compromisso de suar a camisola (camisa). Primeiro vem a transpiração para depois vir a inspiração.”

“Eu tenho um estilo de abordar, de trabalhar, de administrar. E porquê que eu gosto? Eu gosto porque esse estilo trouxe-me da 4ª Divisão até à Champions League. E isso permitiu-me ser o treinador que sou atualmente. E acredito naquilo que é o meu processo de trabalho. E com certeza que não vou abrir mão disso. Por estar no Cruzeiro, não vou abordar de outra forma.”

“Não, em termos de se estamos no nosso melhor, eu espero que não. Eu espero que a gente esteja numa fase ainda progressiva, como aquilo que o Cruzeiro disse. Eu acredito num projeto mais a médio prazo do que aquele imediatismo, a equipe tem que estar boa à 1ª rodada, senão despede o treinador. À 2ª rodada não está bem, despede o treinador, à 3.ª… E já vamos com 4 ou 5 demissões. Eu acredito mais num processo. É isso a minha forma de ver o futebol.”

Pedro Reis

Mineiro de Divinópolis, 20 anos. Comentarista esportivo e setorista do Cruzeiro pelo Diário Celeste.

Leia também

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo