Ex-presidente revela detalhes da saída de Estevão do Cruzeiro e critica postura do empresário do jogador; veja
Jogador é uma das maiores promessas recentes do futebol brasileiro

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Ex-presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues falou sobre a saída de Estevão do clube mineiro, em 2021 para se transferir ao Palmeiras. A entrevista foi concedida a Rede 98, e o ex-mandatário do Cruzeiro, revelou detalhes da saída do jogador, e também criticou seu empresário, André Cury.
Primeiro, Sérgio Rodrigues destacou a boa relação com o jogador e seu pai: “Só com quatorze anos, que pode assinar o primeiro contrato de formação. A relação com ele era maravilhosa, se pegar print de mensagem do pai dele, falando que o Estevão nunca foi tratado como tinha sido tratado (no Cruzeiro). Fui na casa dele uma vez que ele fez cirurgia no joelho, era um menino que sempre tratou de forma bastante especial.”
Na sequência, citou o processo no qual o pai de Estevão era réu, por ocupar um cargo fictício de assessor remunerado de na presidência de Wagner Pires. Diante disso, retirou Sérgio tirou todos os assessores e colocou o pai do jogador como funcionário do Cruzeiro: “Chamei o Gustavo (Ferreira), diretor da base, e ele começou a trabalhar na base do Cruzeiro. Tem foto dele trabalhando, dele indo na Toca I. Ai, o pai do Estevão efetivamente trabalhou com a gente.”
Na sequência, o ex-presidente do Cruzeiro revelou um detalhe e criticou a postura de André Cury: “Na época que começou a falar de renovação, o empresário dele, que adora falar mal de mim, queria que eu desse uma declaração para usar na justiça, dizendo que a situação do pai do Estevão no Cruzeiro sempre foi regular. Falei que não podia fazer isso, mas que podia dar uma declaração a partir de 1° de junho de 2020, que ele trabalha na base (efetivamente), e recebe salário.”
Ainda sobre a declaração, Sérgio Rodrigues complementou: “Não posso dizer da época que ele era assessor de imprensa, o que ele fez ou deixou de fazer. Porque, se eu fizer uma declaração dessa, de falso-testemunho, eu vou ser processado. Ofereci (ao empresário) uma coletiva para falar que o menino é um cara bom, que o pai é bacana, está trabalhando. Mas, a declaração, não iria dar. Ministério Público pega isso, (iria pensar) que tem alguma coisa errada.”
Postura do pai de Estevão e suposta oferta pelo jogador
Outro ponto, foi a postura do pai do jogador após a recusa da declaração: “O que brecou (a renovação) foi aí, o financeiro estava feito, mas falei que não poderia fazer a declaração. Ele fez 14 anos, sumiu. Não atenderam meu telefone, não atenderam do Gustavo (Ferreira), apareceu no Palmeiras. Não tinha o que fazer, pegamos nessa transição um daqueles momentos que o time estava sem o certificado de clube formador.”
Outro detalhe sobre o jogador, foi uma suposta oferta, e Sérgio Rodrigues comentou: “Isso foi falado equivocado uma vez, de que eu tinha recusado 30% do Estevão. Perguntei (na época), ‘cadê a oferta?’ Disse (o empresário) que uma fonte lá de dentro falou. Ai eu falei ‘ta de sacanagem comigo’. Porque, se me ofereceu 30%, deve ter uma mensagem, um email, deve ter alguma coisa. Quem em sã consciência recusa 30% de um menino que tem um futuro daquele? Ninguém! Eu sabia que não teria mecanismo jurídico para cobrar nada, claro que ia aceitar se me oferecesse.”
Conversa com diretor da base do Palmeiras
Por fim, Sérgio Santos Rodrigues revelou conversa com João Paulo, diretor da base do Palmeiras na época, sobre Estevão: “João Paulo (Sampaio), não achei correto o que você fez, deixar o menino ir prai desse jeito. É uma boa relação de mercado que tem que existir. Falei ‘você foi mal com a gente, sabe da situação, pegando o menino e deixando o Cruzeiro a ver navios (sem pagar), aproveitando de uma situação nossa’. O João Paulo falou que fez o papel dele, demos uma discutida, e nunca mais falei. Então, se naquele momento ele fala que iria deixar 20%, 30%, 10% que seja. Eu vou recusar?! Então, travou nesse momento que o pré-requisito era eu fazer um documento falso, e eu não ia fazer.”
O que disse André Cury?
Em entrevista ao podcast Storicast, em 2024, André Cury havia criticado a postura de Sérgio Rodrigues: “O problema é com o Sérgio Rodrigues. Aí que a gente fala do amadorismo do futebol brasileiro. Esses dois jogadores (Estevão e Vitor Roque) podem valer, juntos, R$ 1 bilhão. É mais que a dívida do Cruzeiro, e os dois jogadores só saíram do Cruzeiro porque o presidente que estava lá na gestão estava mais preocupado em fazer política e fazer guerra política, do que cuidar dos próprios ativos dele.”
A postura de André Cury foi criticada também por Pedro Martins, Deivid e um dos membros do Conselho Gestor do Cruzeiro.