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Coordenadora do Futebol Feminino do Cruzeiro comenta sobre trabalho até aqui e outros temas

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Coordenadora do Departamento de Futebol Feminino, Bárbara Fonseca falou sobre o planejamento para 2021, sobre a influência do desempenho do masculino no feminino, campeonato mineiro, possibilidade de jogar novamente no Mineirão, local de treinos e também sobre resiliência como a palavra que define o futebol feminino brasileiro.

Planejamento para 2021

Sem dar detalhes, ela esclareceu que já existe um planejamento para a próxima temporada: “Já há um esboço do que a gente precisa. Vamos estabelecer outras metas para a próxima temporada. Acredito que temos que avançar um pouco, dar voos maiores. Então, a gente já está trabalhando dentro desse planejamento outras metas, mas ainda impossibilitados de executar, mas que há um planejamento, um esboço, [existe] sim e a gente espera algumas definições para colocar em prática.”

Elenco para 2021

Questionada sobre a manutenção das 4 convocadas (Duda, Micaelly, Vanesinha e Mayara) para 2021, Bárbara foi além: A gente não pode ficar restrita só as 4 não. Nosso elenco todo é muito competitivo e certamente estão tendo sondagens. Afirmar quem fica e quem sai, nesse momento, ainda é muito precoce. Tem diversas situações que precisam ser avaliadas, inclusive o interessa da própria atleta, mas ainda é muito cedo e também porque o Tchelo vai começar a conhecer de fato o elenco quando começar os jogos do campeonato mineiro. […] Enfim, são análises que o Tchelo vai fazer, e todas as renovações e não renovações passam sempre por essa análise técnica, de toda a comissão técnica, e eu, obviamente participo com questões mais administrativas do que técnicas. […] Pra mim, a palavra final é sempre da comissão técnica. Então, deixa o Tchelo trabalhar, conhecer o elenco que ele tem, e em uma outra oportunidade a gente volta a falar disso.”

Preparação para o Campeonato Mineiro

Sobre a possibilidade de realização de amistosos, Bárbara deixou claro que não vai acontecer: “Não, a gente teve uma carga de trabalho muito excessiva depois da retomada das competições. Quem acompanhou do ano passado para esse ano, pode perceber que o intervalo entre uma partida e outra foi diminuída, e também tem a questão de uma nova metodologia a ser implementada com o Tchelo. Pois, ele chegou e fez o resto dos jogos do campeonato brasileiro e não teve muito tempo de trabalho. Portanto, a gente ajustou que vamos ter esse tempo de trabalho até o início do mineiro e não a uma necessidade de fazer amistoso e não vamos fazer. Até também por essa questão do COVID-19, será que a gente conseguiria [ter segurança devido] a essa escassez de equipes femininas com estrutura. A gente sempre procura equipes Sub-15, Sub-17 masculina para dar um nível de competitividade e de fato entregar o que a gente precisa após um amistoso, mas com essa questão do COVID-19 e outras mais a gente achou melhor, nesse período, ficar só treinando e que o Tchelo consiga implementar toda a sua metodologia. Ele é um profissional de muita excelência e esse tempo vai ser muito importante para que a gente consiga fazer um bom campeonato mineiro e já comece a desenhar uma equipe para o próximo campeonato brasileiro.”

Expectativa no Mineiro e buscar o bicampeonato

Sobre a expectativa na competição estadual, Bárbara Fonseca disse: “[Expectativa] é defender o título. Eu não gosto muito de falar que o Cruzeiro entra favorito, pois os 90 minutos de cada partida é uma coisa que ninguém consegue entender algumas coisas que acontecem ou deixam de acontecer. Então, eu respeito muito todas as equipes que estão no campeonato mineiro. O América, como sempre, defendendo todos os títulos que conquistou nos anos anteriores e sempre montando equipes muito competitivas. Portanto, é um campeonato que a gente não consegue definir, mas a gente confia no nosso trabalho, no que foi feito desde o dia 27 de Fevereiro de 2019, nos resultados que obtivemos esse ano apesar de todas as dificuldades do clube, dificuldades da pandemia, a gente vai gente vai chegar no final da temporada certamente com um saldo positivo e eu respeito. A gente tem uma rivalidade grande com o América e eu falo que a rivalidade do Cruzeiro é com o América, não é com o Atlético, pois com o Atlético existe uma supremacia, afinal no Cruzeiro feminino e no masculino nós somos maiores e a rivalidade existe com o América. [Fizemos] uma final com o América e no final dos 90 minutos, o jogo terminou empatado e a decisão foi pros pênaltis, então, a rivalidade é com o América e em cima do rival lá que não é rival, fizemos somente um jogo e vencemos bem. Portanto, se tivesse que cravar uma final aqui, acredito que seria entre Cruzeiro e América, mas sempre respeitando [o adversário] e buscando a cada jogo a nossa melhor performance em busca do bicampeonato mineiro.”

Fim do futebol feminino em caso de queda do masculino para série C?

Bárbara foi enfática e cravou: “Não vejo como possível e nada razoável o Cruzeiro cair pra série C. Isso não vai acontecer e não há que se falar em término do departamento de futebol feminino. Pois, o Cruzeiro na sua pior fase, sequer suscitou a possibilidade de não ter a equipe feminina. Então nessa ideia, pelo histórico que a diretoria apresentou e que todos dentro do Cruzeiro vem fazendo em prol do futebol feminino, não há essa possibilidade e não há possibilidade de série C. Cada jogo será uma batalha e seja na frente da televisão, do rádio ou do computador e de qualquer forma que você vai ver ou ouvir o Cruzeiro jogando, você tem que depositar toda a sua confiança e torcida que, com certeza, vamos provocar uma reviravolta ai.”

Desempenho do futebol masculino é fundamental para continuidade do feminino

Questionada sobre o desempenho do futebol masculino afetar o trabalho do departamento de futebol feminino, ela foi clara: “Afeta. Eu não tenho problema nenhum em falar e até brinco que são os caras que pagam a conta. Pois, ainda o departamento de futebol feminino é deficitário. Então, a gente precisa muito do que o masculino faz, tanto dentro quanto fora de campo, nas questões de patrocínio, de toda essa questão financeira do clube. Portanto, afeta diretamente e eu como boa cruzeirense que sou, estou na torcida para que toda esse crise que o Cruzeiro viveu acabe de uma vez por todas e a gente consiga retomar o caminho das vitórias, e o caminho que nunca poderia ter sido com Cruzeiro. Então, a gente vai voltar em breve e todas essas questões vão entrar no eixo, e vamos conseguir nos organizar melhor, voltar com o projeto da base e fazer todas as condições para um bom desenvolvimento do futebol feminino e com certeza o Cruzeiro vai me autorizar para que faça. Portanto, a gente sempre fica na torcida para que as coisas se organizem o mais rápido possível.

Possibilidade de jogar novamente no Mineirão

Sobre jogar mais vezes no Gigante da Pampulha, ela explicou que é uma questão complexa e depende de alguns fatores: Bom, a gente fez o jogo de retomada do Brasileirão contra o Grêmio [no Mineirão]. Tem uma questão de gestão que envolve um pouco essa decisão de mandar jogos importantes no Mineirão, são situações que a gente precisa ainda sempre a cada tomada de decisão avaliar, e o departamento de comercial e de marketing do Cruzeiro tem trabalhado muito para que a gente consiga sempre estar em melhores estruturas. Mas, eu fico sempre analisando assim ‘jogar no Mineirão sem torcida, a gente alcança nosso objetivo?’, pois jogar no Mineirão e caro e porque eu vou criar essa despesa pro meu departamento sendo que nossa torcida que é o motivo de tudo não vai estar lá nesse grande palco, assistindo esse jogo, então, são questões que eu sempre fico muito reflexiva e não sei se no Campeonato Mineiro eu declinaria nesse sentido para fazer algum jogo lá no Mineirão, a não ser que, libere a torcida e volta a ser nosso objetivo cada vez mais, atuar em grandes palcos para que a torcida utilize dessa estrutura também para prestigiar o futebol feminino.”

Objetivo é retomar os treinos na PUC

Sobre a manutenção da equipe feminina treinando na Toca da Raposa I“A Toca I tem as categorias de base lá e uma limitação de estrutura. Assim, estamos utilizando a Toca I pela impossibilidade da PUC por causa das questões dos protocolos de COVID-19, de uma determinação da PBH de não reabertura, assim, impossibilitados de utilizar o complexo esportivo da PUC, estamos na Toca. Portanto, o nosso objetivo é voltar para o nosso local de treinamento, que é a PUC, que nos atende e que a gente tem uma melhor condição de nos organizamos em termos de utilização das estruturas, uma disponibilidade maior de horário, tempo de treino e outras coisas mais. Pois, não é que o Cruzeiro não pensa no futebol feminino ou não tenha dado todo o respaldo para o nosso trabalho, mas só porque há uma dificuldade da estrutura de comportar todas as categorias que estão lá e agora também a equipe feminina. Então, nosso objetivo é esse, e até contando com o trabalho da PUC de buscar essa autorização de maneira mais rápida possível com a PBH para que a gente consiga retomar nosso trabalho lá.”

Retorno das categorias de base

Sobre o retorno das categorias de base celeste, ainda segue indefinido: “A gente tem um projeto, até pra dar uma encorpada, fazer diferente do que a gente fez ano passado [onde] trabalhamos só duas categorias e não trabalhamos os 12 meses da temporada. Pois, trabalhamos pontualmente para o Campeonato Brasileiro Sub-18 e Campeonato Brasileiro Sub-16. Esse formato não desenvolve, você não consegue no final da temporada buscar os resultados que se espera de uma categoria de base, mas a gente está muito ligado a condição de ordem financeira do clube e também conectada com o acesso da equipe masculina. Então, esse projeto de base está muito conectado com o que vai acontecer com o masculino na continuidade do Brasileiro.”

Resiliência define o futebol feminino brasileiro

Questionada sobre uma palavra que define o futebol feminino do Cruzeiro, ela foi além e falou do futebol feminino como um todo: “Não só o futebol feminino do Cruzeiro, mas o futebol feminino no Brasil inteiro, é a palavra resiliência. Muito se falou dessa palavra durante a pandemia, mas é uma palavra já muito praticável na sua essência no futebol feminino. Pois, desenvolver essa categoria é se deparar com tantas dificuldades, tantos preconceitos, tantas comparações até de ordem técnica e financeira ao futebol masculino, e a gente não poder colocar na cabaça de cada um que é uma categoria em desenvolvimento. Afinal, estamos falando de 1 ano da obrigatoriedade, estamos falando de meninas que se colocam pra jogar sem ter um lastro de treinamento, atletas que se apresentam com qualidade mas com déficits porque não iniciaram na idade certa a prática esportiva. Então, é algo tão difícil, é um campo ainda com um universo de possibilidades mas que a gente fica com pouca escassez de condição de brigar por tudo, que a palavra certa é resiliência. Todo dia você se deparar com dificuldades e não deixar abater. Eu tenho até uma frase de uma música do Rappa que está no meu status do Whats App que é ‘os cães farejam medo, logo não vão me encontrar’. Portanto, eu acho que pra viver do futebol feminino é isso ai, é não ter medo de não, de derrotas, de fracassos, de sonhos que ficam pra trás. Então, a palavra que eu tenho, inclusive dentro de todas as minhas ações, em todas as manhãs que eu acordo, é mais uma manhã que eu tenho que vencer, é sempre a primeira palavra de ordem que vem a minha mente e de alguma forma me traz força, pois, eu fazendo o pouco que eu faço aqui, eu consigo representar essa luta que é uma luta nacional e envolve tantas interessadas e interessados.”

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Diego Marinho

Mineiro, 32 anos e setorista do Cruzeiro no Diário Celeste.

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