Notícias

Abel Ferreira concorda com Leonardo Jardim e faz críticas a arbitragem e ao futebol brasileiro; veja na íntegra

Treinador desabafou tecendo diversas críticas ao futebol brasileiro

Receba as principais notícias do Cruzeiro no seu WhatsApp!

Ícone WhatsApp Seguir

Técnico do Cruzeiro, Leonardo Jardim teceu críticas a arbitragem e a outros aspectos do futebol brasileiro, após o empate com o Palmeiras. Diante disso, Abel Ferreira, técnico da equipe paulista, concordou com as críticas de Jardim, seu conterrâneo.

Assim como Jardim, Abel Ferreira fez um desabafo, criticando sobretudo a arbitragem no Brasil. Assim, ele se referiu a jogos anteriores, aproveitando para destacar que, no seu ponto de vista, assim como as demais equipes brasileiras, o Palmeiras já foi beneficiado e prejudicado.

“Estava ouvindo meu conterrâneo, que admiro, com quem já trabalhei. Ele disse que veio para usufruir do futebol brasileiro, falou de forma dura sobre a arbitragem, sindicato dos jogadores, gramados, calendário… Queria falar a ele que isso é algo que falo desde que cheguei aqui. Sempre disse que vim para valorizar o Palmeiras e o futebol brasileiro, está no meu livro isso. Quero dizer a ele, que falou correto, mas não depende de nós, treinadores. Depende de quem decide, tomar decisões dificeis que tornem o futebol brasileiro melhor no futuro. Como ele disse muito bem, não é possível que um conjunto de amadores, não sei se é só isso de profissionalizar ou não, mas é algo profundo. Mesmo a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), tem critérios diferentes para o (Ramon Abatti) Abel e para o Wilton (Pereira Sampaio), um vai para geladeira e o outro segue

Desde que cheguei aqui, durante esses 4 ou 5 anos, eu me sentia lutando sozinho, me chamavam de chato, mas espero que agora ouçam o Leonardo Jardim. É um treinador que eu admiro muito, uma pessoa de valores, que fala e que com a idade que tem, veio ao Brasil usufruir do bom ambiente daqui, da paixão do futebol, mas vemos que há muitos aspectos a melhorar.

Entendo meu colega, entendo pelo que passei no último jogo no Maracanã. Não há beneficio de A, B ou C estar sendo beneficiado. Não é só o Palmeiras beneficiado, mas cria-se uma narrativa hipócrita, de criar um patinho feio, que está à frente no campeonato e criaram uma narrativa. Precisa ter uma discussão e um critério para todos. O pênalti para o São Paulo poderia ser marcado, mas o Neymar teve um lance igual com o Scarpa e o que houve? É algo mais profundo que o Palmeiras, isso é o futebol brasileiro e os passos que têm que ser dados para o bem do futebol brasileiro

Entendo meu colega, entendo pelo que passei no último jogo no Maracanã. As narrativas que se criam se é a equipe A, B ou C que é mais ou menos beneficiada, todo mundo já percebeu que não adianta criar essa narrativa hipócrita.  Não é só o Palmeiras, todas as equipes são beneficiadas e prejudicadas, e quando se cria uma narrativa hipócrita em cima só do Palmeiras fica quase que: ‘Vamos agora arranjar um patinho feio, um alvo e já que estão na frente do campeonato…’. Isso foi feito muito antes do jogo.

Vocês viram o Grêmio reclamar, todas as equipes reclamam sobre arbitragem, não é só o Palmeiras. Hoje o árbitro apitou até pensamentos. Não houve 45 minutos de tempo útil. Se eu fosse torcedor, ficaria triste de comprar meu ingresso e ver o árbitro apitar até pensamento. Vou voltar a dizer, já fomos beneficiados e prejudicados. O Flamengo se calhar também tem a mesma razão de se queixar. Grêmio e São Paulo também. Se formos fazer as contas, vamos perceber que temos um denominador comum. Não adianta fazer uma vítima só. Não criem narrativas hipócritas de que o Palmeiras é a equipe beneficiada. O Palmeiras já foi beneficiado e prejudicado. O Flamengo já foi beneficiado e prejudicado. O Grêmio, Cruzeiro, todas as equipes. Há um problema no futebol brasileiro há anos, que precisa ser resolvido pelas pessoas certas. Ter uma arbitragem independente da CBF, para que não existam esses critérios diferentes. Eu não consigo entender como funcionam esses critérios. O que me preocupa não é o erro, não podemos é fechar os olhos aos erros, e devemos assumi-los. Agora, vim dizer uma arbitragem segura, não brinquem com isso. Isso é sério! É futebol profissional, como meu conterrâneo disse, apitado por amadores que precisam de ajuda.

Nós temos que ajudá-los nas condições de trabalho, ter mais árbitros para outros descansarem. Porque, eu entendo, eles são os que mais precisam tomar decisões, precisam estar de cabeça fresca. Será que descansam? Será que tem gente para substituir? Não é melhor criarmos uma comissão de arbitragem independente? Pagar salários condizentes com aquilo que ganham os profissionais do futebol brasileiro, ter um núcleo de maior, para que uns possam apitar e outros fazer reciclagem. Será que isso é possível fazer é possível fazer? É possível fazer! Porque em liga muito menos competitivas fazem. Em ligas com muito menos poder financeiro fazem. Isso é o desafio que nós temos agora.

Não estou falando pelo Palmeiras, estou falando pelo futebol brasileiro. Porque eu gostei muito de ouvir o que o meu conterrâneo, mas ele falou agora. Mas eu falo isto há 5 anos, e ninguém me ouve. Há 5 anos que não vejo uma atração sequer feita. Os critérios são diferentes, mesmos lances, critérios diferentes. Eles fazem reciclagem? Eles conseguem estar on-line, verem o mesmo lance, para quando se passar um lance igual, o critério tem ser igual para todos. Este empurrão é falta, este lance é vermelho, esta falta na área é pênalti. Por que não consigo perceber o nosso pênalti com o São Paulo? O árbitro podia ter marcado pênalti, é certo. Mas o mesmo lance com o Neymar, o Scarpa foi por trás e o Neymar chutou, ele bateu-lhe, e a árbitro também não marcou pênalti. E agora, como é que ficamos agora?

Há muitas coisas que têm que melhorar, e essa seguramente é uma delas. Esta é a minha opinião sobre este assunto que está muito em voga. Vão falar sobre lance A, B e C. Se o goleiro segurou a bola, ou segurou a bola, ou se puxou, e quando a puxou, o meu jogador tocou depois. Enfim, vamos falar do que nós quisermos. Mas isto é algo muito mais profundo do Palmeiras, isto é futebol brasileiro. Tem a ver com aquilo que é a essência daquilo que é a raiz do futebol brasileiro, e aquilo que tem que se tomar. E passos que tem que ser dados por aquilo que é por bem do futebol brasileiro. Como eu disse, não vim para aqui para usufruir. Vim para trabalhar e ajudar o Palmeiras, e o futebol brasileiro a ser melhor.”

Diego Marinho

Mineiro, 33 anos, historiador e setorista do Cruzeiro no Diário Celeste.

Leia também

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo