Copa Libertadores de 1976 – Títulos do Cruzeiro

O Cruzeiro garantiu sua classificação para a Copa Libertadores de 1976 após, no ano anterior, ter conquistado o vice-campeonato do Campeonato Brasileiro.

A competição sul-americana, em sua 17ª edição, contou com a participação das seguintes equipes: Internacional, Cruzeiro, Independiente, River Plate, Estudiantes, Guabirá, Bolívar, Unión Española, Palestino, Santa Fé, Millonarios, LDU, Deportivo Cuenca, Olímpia, Sportivo Luqueño, Alianza Lima, Alfonso Ugarte, Peñarol, Nacional, Portuguesa-VEN e Deportivo Galicia.

As equipes foram organizadas em cinco grupos, com quatro equipes em cada um. Além disso, o Independiente, campeão do ano anterior, foi automaticamente classificado para a fase seguinte (semifinais, também organizadas em grupos).

Por outro lado, o Cruzeiro, que já havia alcançado a fase semifinal na edição anterior da Libertadores, iniciou sua participação na edição de 1976 no Grupo 3. Esse grupo era composto por Internacional, Olímpia e Sportivo Luqueño.


A estreia do Cruzeiro na competição aconteceu em 7 de março, no estádio Mineirão. Desde então, o duelo contra o Internacional é considerado, até os dias atuais, um dos melhores jogos da história do estádio.

Além disso, a partida, recheada de craques, contou com nove gols e reviravoltas emocionantes. Logo no início, o Cruzeiro começou de forma avassaladora. Palhinha colocou a equipe celeste em vantagem, marcando aos 4 e aos 10 minutos. Entretanto, Lula diminuiu para o Internacional aos 14 minutos, adicionando mais emoção ao jogo.

Mantendo o ritmo frenético, Joãozinho marcou o terceiro gol para o Cruzeiro aos 21 minutos. No entanto, ainda no primeiro tempo, Valdomiro, aos 39 minutos, diminuiu a diferença, marcando o segundo gol para o Internacional. Posteriormente, Zé Carlos, em um infeliz lance, acabou empatando o jogo com um gol contra aos 51 minutos.

Apesar disso, o Cruzeiro não se intimidou. Joãozinho, aos 63 minutos, voltou a colocar o time mineiro à frente. Ramón empatou novamente aos 70’, mas Nelinho, aos 85’, sacramentou a vitória histórica por 5 a 4 para a equipe celeste.


Na segunda partida, realizada em 14 de março, o Cruzeiro enfrentou o Sportivo Luqueño no Defensores del Chaco, no Paraguai. A equipe mineira venceu por 3 a 1, com gols de Sandoval, aos 29’, Roberto Batata, aos 48’ e, por fim, Nelinho, aos 65’.


Em seguida, ainda no Paraguai, em 18 de março, o Cruzeiro enfrentou o Olímpia no mesmo estádio. A partida terminou empatada em 2 a 2. Os gols foram marcados por Diaz, aos 35′ e Torres, aos 44′ para o Olímpia, enquanto Jairzinho, aos 50′ e Darci, aos 78′ garantiram o empate para o Cruzeiro.


De volta ao Brasil, o Cruzeiro recebeu o Sportivo Luqueño no Mineirão, em 24 de março, e goleou os paraguaios por 4 a 1. Os gols foram anotados por Palhinha, aos 12’, Eduardo, aos 15’, Nicolichia, aos 23’, Palhinha, aos 62 e, por fim, Jairzinho, aos 72’.


Na quinta rodada, em 28 de março, o Cruzeiro enfrentou o Internacional no Beira-Rio e venceu por 2 a 0, com gols de Jairzinho, aos 18’ e Joãozinho, aos 82’.

Em seguida, já na sexta rodada, em 4 de abril, a equipe mineira encerrou a fase de grupos enfrentando o Olímpia no Mineirão. Com uma grande atuação, o Cruzeiro venceu por 4 a 1, encerrando a fase de grupos na primeira colocação geral, com 11 pontos. Talavera abriu o placar para equipe paraguaia aos 12’, Jairzinho, aos 27’ e aos 49’, Nelinho, 57’, Eduardo, aos 75’ marcaram os gols que deram a vitória à equipe celeste.


Para a fase semifinal as equipes foram divididas em dois grupos. No primeiro, ficaram Cruzeiro, Alianza Lima e LDU. No outro, River Plate, Independiente e Peñarol. Dentro de cada grupo, as equipes se enfrentaram em jogos de ida e volta.

O Cruzeiro estreou na fase semifinal contra a LDU em 9 de maio. A partida, que foi disputada no estádio Atahualpa, em quito, terminou com vitória celeste por 3 a 1. Palhinha, 33’ e aos 50’, Joãozinho, aos 52’ e, por fim, Paulo Carrera, aos 75′, foram os autores dos gols da partida.

Logo depois, em 12 de maio, no estádio El Matute, em Lima, o Cruzeiro enfrentou o Alianza. O primeiro tempo da partida terminou sem gols, na segunda etapa a raposa não tomou conhecimento do adversário e com gols de Roberto Batata, aos 65’ Joãozinho, aos 71, 78’, e Jairzinho, aos 86’, goleou por 4 a 0.

Velório de Roberto Batata. Foto: Cruzeiro/ X/Twitter divulgação

Após a vitória por 4 a 0 diante do Alianza o torcedor cruzeirense viveu um dos momentos mais tristes de sua história. Logo após o término da partida no Peru a delegação cruzeirense embarcou para o Brasil, desembarcando no Rio de Janeiro nas primeiras horas da manhã.

O artilheiro Roberto Batata, com saudade da família, pegou um carro e partiu rumo a cidade de Três Corações.

 

No quilômetro 182 da rodovia Fernão Dias o carro em que estava o jogador colidiu de frente com um caminhão, Batata, que tinha apenas 27 anos, faleceu na hora.

A morte trágica abalou todo o mundo do futebol. Duas rodadas do Campeonato Mineiro foram adiadas. A Federação Mineira de Futebol (FMF) decretou luto oficial de uma semana.

Após vencer os dois primeiros jogos da fase semifinal e perder, de forma trágica, Roberto Batata, o Cruzeiro voltou a campo em 20 de maio. Nesse contexto, jogando no Mineirão, o Cruzeiro aplicou uma goleada histórica de 7 a 1 no Alianza. Curiosamente, os sete gols marcados foram uma forma simbólica de homenagear o craque que havia falecido, já que 7 era o número de sua camisa.

No jogo, Jairzinho, aos 14 minutos, Cueto, aos 21, Palhinha, aos 36, Jairzinho novamente aos 54 e 59, Palhinha aos 63 e 72, e Jairzinho, aos 77, foram os autores dos gols.

Por fim, encerrando a fase semifinal, o Cruzeiro enfrentou a LDU no Mineirão em 30 de maio. Mais uma vez, a Raposa apresentou um desempenho sólido e venceu por 4 a 1. Os gols da partida foram marcados por Nelinho, aos 4 minutos, Gustavo Tápia, aos 11, Jairzinho, aos 47, Palhinha, aos 72, e, por fim, Ronaldo, aos 74.

Assim, o Cruzeiro terminou a fase semifinal como líder isolado de seu grupo. Enquanto isso, no grupo 2, o River Plate levou a melhor e garantiu sua classificação para enfrentar a equipe celeste nas finais.


O primeiro jogo da final foi disputado em 21 de julho, no Mineirão. Nesse confronto, a equipe celeste mostrou um desempenho excepcional e goleou os argentinos por 4 a 1. Os gols do duelo foram marcados por Nelinho, aos 21 minutos, Palhinha, aos 29 e aos 40, e Oscar Más, aos 63. Finalmente, Valdo fechou o placar aos 80 minutos.

Posteriormente, Cruzeiro e River Plate voltaram a se enfrentar em 28 de junho. Desta vez, o duelo foi realizado no Monumental de Núñez, em Buenos Aires. Bastava um empate para a Raposa garantir o título.

Quando a bola rolou, Lopez abriu o placar para os argentinos aos 9’, mas Palhinha descontou para a equipe celeste aos 47’. O River Plate conseguiu o gol da vitória de forma irregular aos 57’. No lance do gol, a bola estava em disputa e Luque empurrou o cruzeirense Vanderlei e o argentino Gonzalez que entraram com bola e tudo para dentro do gol. O resultado forçou uma terceira partida.

A finalíssima aconteceu em 30 de julho. Dessa vez o duelo foi realizado em campo neutro. O estádio Centenário, em Santiago, foi o escolhido para receber a partida.

Na partida, as duas equipes apresentaram um grande futebol. Nelinho abriu o placar para a Raposa aos 24’ e Eduardo, aos 55’, colocou o Cruzeiro com boa vantagem. Oscar Más, diminuiu para os argentinos aos 58’. No minuto 62, o árbitro marcou falta para o River Plate, enquanto os jogadores da equipe celeste organizavam a barreira, Sabella cobrou, sem que o juiz autorizasse, Crespo recebeu a bola e marcou o gol. Os jogadores da equipe mineira reclamaram com o juiz que nada fez.

O Cruzeiro deu o troco aos 91’, o árbitro assinalou uma falta para a equipe celeste próxima a área argentina. Nelinho, o maior batedor de falta do futebol mundial na época, pegou a bola e começou a ajeitar para bater. De repente, Joãozinho, sem que o árbitro autorizasse, cobrou no ângulo e fez o gol que garantiu o título celeste.

Após o gol, os jogadores do River Plate foram reclamar com o juiz devido a cobrança ter sido realizada sem a autorização dele. O árbitro nada pode fazer pois havia autorizado um gol argentino da mesma forma. A partida se encerrou e o Cruzeiro conquistou o seu primeiro título da Copa Libertadores da América. Por fim, uma grande briga começou após ao térmido da partida.

Palinha foi o artilheiro da competição com 13 gols em 11 jogos

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